Tirado daqui
Numa época em que as mulheres estavam arredadas do domínio público, a escrita era uma porta semi-aberta. Luísa Susana Grande Freitas Lomelino destacou-se,chegando a ser considerada o “Eça de saias”.
Nasceu em Portalegre (Alentejo) a 15 de Fevereiro de 1875
Segundo Luiz Pete Clode, “Embora nascida no continente, a madeira era para ela a sua terra adoptiva”. Quando uma amiga de Lisboa lhe escreve e pergunta: Quando voltas? Não te agarres. Tu és de cá, não és de lá… Luzia responde:
-Eu já mal sei donde sou. Como certas plantas em todos os terrenos deito raízes. Onde chego, julgo sempre que vou ficar. Sinto-me já amadeirada.
Tenho o meu lugar em todas as mesas de “bridge”. Pertenço a todas as associações.
Filha do Secretário-geral do Governo Civil do Distrito do Funchal, Eduardo Dias Grande e de D. Luís Ana de Freitas Lomelino, começou a ganhar o gosto pela leitura desde muito nova, porém na escrita só embarcou na idade adulta.Convenceu-a a amiga Maria Amélia Vaz de Carvalho. Depois nem a doença nem a cegueira impediram-na de continuar a escrever.
Viveu na Madeira durante muitos anos. Em criança viveu na Quinta das Cruzes com os seus avós.
Casou com Francisco João de Vasconcelos a 3 de Abril de 1896 de quem se divorciou aos 36 anos. O divórcio só foi tornado possível depois da proclamação da república através da lei de 3 de Novembro de 1910. Não voltou a casar, embora não lhe faltassem pretendentes.
Passou o resto dos seus dias a viajar entre Paris, Lisboa e Funchal.
Faleceu a 10 de Dezembro de 1945, na sua casa à Quinta Carlos Alberto, Rua do Jasmineiro, Funchal. Tinha 70 anos.
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